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Keine Ahnung was ich hier mache, trotzdem bin ich hier...

domingo, 24 de agosto de 2014

O Amargo e o Doce disso que é ser expatriado



   A vida de expatriado nos ensina muita coisa. Na verdade, vida de expatriado nos ensina tudo, seja pela dor, pelo amor, pela saudade ou pela felicidade. 

   Eu aprendi muito, muito mesmo, e continuo a aprender a cada dia, já que ainda sou expatriado. Resolvi então escrever o que sinto com relação à vida, após deixar o Brasil. São sentimentos tão pessoais que não me atreveria dizer que todos os expatriados sentem o mesmo.

   
   Eu aprendi: que eu não sabia como era, de fato, morar sem minha mãe por perto, arrumando uma coisinha ali e cá o tempo todo; que comida não é só arroz e feijão e mais alguma coisa; a trabalhar sem hora de almoço; a cozinhar (sem destruir a cozinha); a me reinventar todos os dias; outro idioma (e mais alguns); que o mundo é muito maior do que eu pensava e que eu era muito menor do que eu achava; a gostar do Brasil; a gostar de sol e a "largatear" como os alemães fazem, ao deitarem-se na grama e ficar lá (às vezes até pelados) até o sol se pôr, pois não se sabe se o sol brilhará amanhã como hoje; a usar cachecol (sério, eu não o usava antes rs).

   Eu descobri: que sou fraco; que tenho medos, e muitos! ; o quão sinto falta da minha mãe, e de suas ligações todas as tardes no trabalho para papear por dois ou três minutos e rirmos um pouco (e como sei o quão isso era bom agora); que desabo sempre que minha mãe fala para não pensar duas vezes para voltar ao Brasil; que não sou tão autossufuciente como eu pensava; que a bicicleta é também um meio de transporte; que meu pai seria um artista de sucesso, por saber tocar violão na Alemanha; que penso em voltar, mas tenho medo, que penso em ficar, mas também tenho medo e que o medo de fracassar é muito maior do que o de descobrir o que está a frente, então sigo em frente; que domingos em família eram bons, mas engordava; me cobro muito mais do que qualquer um já me cobrou um dia.

   Eu reaprendi: a conversar; a fazer tudo sozinho; a me vestir; o sentido de liberdade, que não é fazer o que você quer para que todos vejam, mas sim fazê-lo e estar de fato pouco se importando para os outros, já que aqui ninguém liga para você ou para o que você faz; a gostar do meu corpo (aqui eu sou exótico por ser latino rs); a trabalhar. 

   
   A vida que eu imaginei para mim não importa mais, pois meus planos mudaram. Quem me disse: mas você vai mesmo? E se não der certo? Não sabe como eu demorei para tomar decisões que mudaram minha vida radicalmente, não sabe como me sinto orgulhoso, feliz, forte, confiante e cheio de vontades, mas ao mesmo tempo triste, fraco e cheio de medos.

  Sentir algo que você não sabe o que é e não ter alguém mais experiente por perto que possa lhe dizer o que é, ou o que tomar; é se frustrar ao ver que a pizza não é como a de São Paulo, que as praias não são como as do Rio de Janeiro, que o sol brilha branco e sem calor e mesmo com tudo isso, ainda dizer: é, amo aqui. 
  Eu nunca nutri a ideia de ser fácil morar fora ou de que eu viveria uma constante viagem, pelo contrário, eu sabia que aquele castelo de vidro, que eu tinha construído ao visitar Berlim pela primeira vez, desmoronaria e que eu veria a realidade da vida na Alemanha. 

  
  Só quem passou um tempo fora do país sabe como é: acordar e sofrer com apagões idiomáticos, como quando eu acordo e reparo que meu alemão travou (ok, então hoje falo só inglês); experimentar gostos, sensações como se fosse uma criança a conhecer o mundo; criar esperança de como será quando vir a família de novo; ver seus amigos se reunindo e festejando algo do qual você não faz mais parte, até descobrir que você está tão por fora que mal tem coragem de falar com eles; fazer algo muito bom, a ponto de ser premiado, mas não ter para quem mostrar, pois a mãe e o pai estão longe e você não poderá ver nos olhos deles o orgulho.

  Eu percebi: que mudei, que me adaptei, que cresci, que amadureci, o que não significa que não tenha perdido muitas vezes, mas ainda assim venci muitas vezes mais.

terça-feira, 25 de março de 2014

Vou Viajar pra Europa pela Primeira Vez – (Toda cagada sem informação)

Primeiro de tudo, saiba o motivo da viagem (rsrsrs) Parece besta, mas há quem programe uma viajem sem nenhuma noção do que vai fazer nela. O tipo de viagem, se mochilão ou turismo, também é importante, pois isso te dará um parâmetro de quanto vai gastar. Mas vamos do começo.

Vou-me para Europa (Rycaaaa)

Bom, pergunte-se sempre acerca da época do ano na qual pretende viajar, pois isso te dirá o que deverá levar consigo. Exemplo: Se vier à Europa entre os meses de Setembro e Abril pode ser que pegue neve, frio (friozão mesmo), chuva ou, se der sorte, apenas um ventinho gelado, de qualquer forma, sabe-se que o frio é certeza, sendo assim leve muita blusa, se não quiser sair nas fotos todas com a mesma roupa. Se vier entre Maio e Agosto, pode ser que pegue um calor de 35 graus ou muita chuva, de qualquer forma, traga roupas mais leves, mas não se esqueça que pode precisar de mais roupa, caso pegue chuva.

Vai nevar, fudeu!

Se você nunca viajou para um lugar que neva, saiba que a neve é linda, mas enche o saco andar nela, sendo assim, aqui vão algumas dicas acerca do que usar na neve: Uma camiseta de manga cumprida, uma camiseta térmica, uma blusa leve, uma blusa grossa e finalmente o casaco de neve. Não calce sapatos de pano, isso faz grudar a neve e fica tudo um nojo (a neve não é branquinha), além disso, traga um grande estoque de meias, pois andar na neve faz com que teus pés suem e você precisará trocar de meia, se não quiser que teu pé congele. Touca é um mal necessário, pois isso vai proteger tuas orelhas do vento frio, luvas também, caso ainda queira sentir a ponta dos teus dedos. Não se esqueça do cachecol ;) Já separou tudo? Létis Gô!

Não, pera... Falta o visto, o seguro, o dinheiro...

No caso dos países da UE, não há necessidade de viso, se a tua viagem durará até três meses, mais do que isso, será necessário um visto. Partindo do princípio que esta viagem é apenas à turismo, pode vir sem se preocupar com visto. – Então não preciso de passaporte?! – Mas é claro que precisa, né. O passaporte é o teu documento internacional (como o teu RG) e se faz necessário, mesmo que sem um visto. Importate tomar MUITO cuidado com teu passaporte, especialmente se você for brasileiro. O Brasil tem uma boa relação com quase todos os países, o que nos isenta de visto para entrada como em quase todos eles. Isso faz com que os passaportes brasileiros sejam visados por bandidos que queiram transitar livremente.

O seguro é necessário para evitar maiores problemas. Ao contrário do Brasil, os países aqui não têm hospital público, e tudo o que for feito aqui é muito bem pago. Se, por exemplo, você quebra um braço e for socorrido, receberá depois do atendimento uma conta altíssima. Para evitar a fadiga, faça um seguro viagem. Há vários no Brasil e é barato, basta procurar. Além do mais, é obrigatório um seguro para entrar nos países da união europeia.

 Dinheiro é um assunto importante. Primeiro de tudo, hotel, albergue e passagens aéreas devem ser fechadas bem antes do embarque. No caso das passagens aéreas, o preço sai em conta quando fecha-se tudo com antecedência. No caso do hotel ou albergue, é necessário ter um local já contratado para passar os dias, pelo menos no país onde você irá desembarcar, pois ao passar pela imigração, é um dos documentos que é solicitado. Não dá para responder quanto custa comer na Europa, mas de fato é mais barato do que na maioria das cidades no Brasil, mesmo assim, pesquise restaurantes para o local onde se pretende ir, isso ajuda a ter uma noção de quanto vai gastar por dia. Separe dinheiro para o transporte (Ônibus, metrô, jegue e etc...). E por último, mas não menos importante, a comprassssssssssss. Sim, comprar roupas na Europa é muito mais barato!

Legal, tá tudo pronto? Vamos lá então....
Chegou ao aeroporto de destino, e agora?

Primeira coisa que vai lhe ocorrer é passar pela imigração. Primeira coisa, não fique nervoso, se está tudo certo com a documentação, não precisa entrar em pânico. As perguntas mais frequentes são: - Passaporte? – Quanto tempo você vai permanecer aqui? – Em qual cidade? – depois vai para qual país? – Tem passagem de volta? – Qual o local da hospedagem? – O motivo da viagem? – Quanto está trazendo em dinheiro? (tudo isso em inglês, óbvio rsrs)
   Seja firme nas respostas e tenha tudo em mãos, isso facilita o atendimento e você acaba logo com o inferno para aproveitar a tua viagem. Depois vão ver as tuas malas e pronto, “se joga que cê tá na Europa fiáááá”.

quarta-feira, 19 de março de 2014

O Mundo Perfeito do Salsichão, SQN.

 

Nhaimmm, lá é o paraíso!


    Quando alguém te diz: Lá fora é tudo lindo, tudo perfeito, no Brasil tudo é merda, nada funciona. CUIDADO! Essa pessoa está vomitando arco-íris em você, sem propriedade sobre o assunto.

Vou-me embora de Pasárgada! Foi mal aí, Manuel Bandeira rs

    As pessoas viajam uma vez para Europa e tem a impressão, errônea, de que tudo é perfeito, e que no Brasil só há problemas. A verdade é que você só vai reparar nos problemas quando, de fato, criar vínculos com o país. Quando alguém vai à Europa a turismo, não precisa abrir uma conta, se inscrever em nada ou sequer entrar em contato com qualquer serviço de atendimento ao consumidor, pois tudo é facilitado para que os turistas não passem perrengues.
    Aí você resolve morar na Europa, momento esse que a coisas se mostram iguais ou piores que o Brasil.

 Uma hora de Burocracia, mais uma semana.

    No Brasil, quando se quer malhar, mesmo que por um mês apenas, pode-se fazer inscrição numa academia qualquer, pagar os dias que usará os serviços e pronto, vai lá e WORK BITCH!
    Enquanto isso, no mundo do chucrute: Você perde uma hora para fazer um contrato, paga e... (posso malhar agora já?) NÃO!  

    Scheiße 1 -  Você precisa abrir antes uma conta bancária, já que tudo será debitado automático da tua conta. Ou seja, sem conta, nada feito;
    Scheiße 2 – Você deverá ter um endereço fixo, pois o contrato deve ser enviado para tua casa. Pode pegar o contrato na hora? NÃO! Posso então malhar enquanto o contrato não chega? NÃO! Posso ao menos saber quando terão a boa vontade de me enviar a maldição do contrato? NÃO! NÃO! E NÃO!

Ou seja? Brasil é mais fácil.

Que linda essa música, vou baixá-la! Não, pera... Tô na Alemanha #Chatiadu

    Pois é, aqui é proibido fazer downloads. Ok, no resto do mundo também, embora isso tenha caído na normalidade para maioria dos países, ainda é ilegal você baixar músicas pela internet, sem que você tenha pago por elas. A questão é que na Alemanha isso é levado a sério e um downloadezinho pode te f* a vida. Saída para isso?  - Ah vou ver no Youtube, pois tudo tem lá. NÃO! Os vídeos que são postados sem que se tenha pego o direito autoral para o artista são automaticamente bloqueados para Alemanha. Sendo assim, você muitas vezes não acha a música que você quer no Youtube também #bad
    No caso te sobra fazer o óbvio, pagar para baixar em programas tipo ITunes e chorar quando chegar a conta do cartão de crédito #MeuCaso #MeDeixa
 

Alemão são organizados! #SentaLáClaudia

    Alemães são tão desorganizados quanto os brasileiros. Está certo que aqui respeita-se muito os horários combinados, mas quando a questão é documento, enfia-se no c* e ninguém sabe onde foi parar. Pois é, assim como no Brasil, perdem-se documentos, e você tem que engolir o bendito do sapo, com a diferença que no Brasil você pode fazer o barraco básico (eeeeeeeeeeeepa!), o que aqui não adiantaria. (Já posso entrar atirando para o alto agora?)

O Governo é perfeito! Tudo funciona – Alice, acorda porra! Aqui não é Wonderland!

    As obras também atrasam, também causam transtornos e também desvia-se o dinheirinho básico. Veja um pouco sobre o novo aeroporto de Berlim, que está mais do que atrasado e longe de ficar pronto. A diferença é que os alemães ficam de olho e quando chegam as eleições o bicho pega. (às vezes não, Egal!)
    São só alguns exemplos de como algumas coisas simples, podem ser complicadas quando se está num país burocrático, muitas vezes desnecessariamente, e com pessoas desorganizadas. Para nós, brasileiros, é difícil imaginar que fora do Brasil exista os problemas que vivemos diariamente, mas é fato que qualquer país tem problemas, assim como o Brasil.

    A Alemanha então é uma merda??? Nããããão. Não é, mas também não é uma maravilha. Com o tempo vou descobrindo que eles tem muito mais em comum conosco do que pensam...

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