02. 03.

Keine Ahnung was ich hier mache, trotzdem bin ich hier...

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Comércio Natalino



O Natal (Finlandês: Comércio) é uma festa anual apresentada pela Igreja Católica e o United States of Coca Cola, que pretende celebrar o nascimento de Jesus Cristo e do Homem do Saco.


O Natal é uma manobra de marketing para conseguir desencalhar o comércio de produtos que nunca são consumidos no resto do ano, com parcelas de a perder de vista para o ano seguinte para atrair a atenção do consumidor, que iludido com as parcelas baixíssimas e com o 13º na mão, torra tudo que puder, esquecendo-se de que aquilo deverá ser pago um dia. Passa o Natal, e o comprador logo percebe vários carnês entulhados em seu armário, prontos para atraírem fiscais que levarão qualquer coisa sua embora como pagamento. Mas, como é moda sair às ruas e espremer-se numa multidão tentando achar os menores preços para você e sua família, o Natal continua um feriado popular e forte.

Você compra agora e começa a pagar só depois do carnaval! Mas quer pagar quanto? Diz aí, que pagar quanto?Obviamente, o espírito natalino não atinge a todos: as crianças pobres não recebem presente algum e ficam traumatizadas e melancólicas a cada fim de ano imaginando como podem não fazer parte de tão alegre e inocente celebração criada para encher o bolso dos camaradas capitalistas. No entanto, todas elas escrevem cartinhas para um tal de Papai Noel, um velho de barba branca que surge na calada da noite de Natal e deixa presentes a algumas crianças, as quais nunca o vêem, mas cujos pais dizem que o viram descendo a chaminé de casa e deixando o presente (isso porque no Brasil praticamente não há casas com chaminé - é mais uma das (porcarias) tradições dos EUA).

Nos últimos anos, a cagada do Natal tem sido causa directa de fenômenos interessantes no cotidiano das pessoas:
* Na última semana antes do 25 de Dezembro, um monte de idiota corre para os centros comerciais e formam confusões enormes nos edifícios, pois mal cabem dentro de tuco.
* Toda a gente deseja boas festas aos familiares e amigos: milhões de emails e SMS nos telemóveis são enviados nesta altura. Os operadores de telecomunicações enriquecem muito pelo Natal.
* E toda a boa vontade e carinho acumulados do ano inteiro resolvem dar as caras durante dois dias (a véspera e o dia propriamente), para depois sumirem e esperarem mais um ano para que se repita o espontâneo ritual.

Além disso, certos produtos só surgem na época do Natal: na região da 25 de março, por exemplo, são vendidas mochilas e malas de ferro, para evitar qualquer meliante que possa pegar uma tesoura e abrir a sua mochila e roubar seus pertences conseguidos com tanto suor em meio à multidão. São comuns também, calças e camisas com bolsos que possuem travas e cercas elétricas para evitar trombadinhas.

Monte sua árvore, evite que o pirralho do Timmy comece uma birra só pra botar a estrela na árovre, pendure as meias, acenda a lareira sem que deixe que o vovô se queime de novo, que nem no ano passado, no retrasado e ante-retrasado, ponha o peru na mesa e evite que o tio Bob devore ele todo e todo mundo tenha que comer o hamburguer envenenado do Mc Donald's, ponha os fones de ouvido quando vier um bando de adolescentes retardados cantarem "noite feliz" ou "jingle bell rock" centenas de vezes na frente da sua casa, e nao fique surpreso se quando você chegar de manhã o leite e os biscoitos que você deixou pro papai noel ainda estarem lá.

É normal na época de natal você ouvir falar do tal "espírito natalino" através da tv, rádio, de sua tia chata, ou de seu chefe em seus famosos discursos antes de encerrar o ano. Assim como toda história de natal, isso é uma tremenda baboseira. O espírito natalino não existe, a verdade é que você está feliz pra cacete que mais um ano fudido passou e está agora ganhando férias e o 13º salário. Todo mundo passa o ano inteiro querendo o carro que você tem, a mulher que você tem, o dinheiro que você tem. Isso ocorre principalmente em seu local de trabalho, onde todos seus "amigos do trabalho" (todo mundo sabe que não existe amigos no trabalho, principalmente se for mulher) querem te foder o ano todo para você ser demitido, para conseguirem seu cargo e salário. Mas tudo isso é esquecido no fim do ano, estão todos felizes que ficarão de férias sem ver a sua cara por um bom tempo. Resta você aguentar aquela babaquice e falsidade de abracinho na colega que você odeia, presentinho pro seu chefe (que você é obrigado a entrar junto com a turma no bolão para pagar o presente do chefe, porque senão fica chato) e comer frango assado do seu tio que jura que aquilo é o peru de natal mais caro que tinha no mercado

Enquanto você assiste a filmes mostrando famílias tendo ceias e crianças correndo na neve, vendo o Papai Noel passar com seu trenó no céu, o seu Natal será comemorado com um churrasco na laje da casa daqueles seus tios que moram em outra cidade, sob um sol do cacete, seus avós falando da vida dos outros ou sobre o jogo do Corinthians e seus primos sentados na sala assistindo à Rede Globo, esperando a Sessão da Tarde para assistir O Grinch ou Esqueceram de Mim. Haverá também um pinheiro de plástico em algum canto da casa, com bolas quebradas e brindes que vêm junto com panetones.

Além da maldita praga das caixinhas de Natal que levam todo o meu 13o outra desgraça que assola o mês de dezembro são as confraternizações de fim de ano. Nessas constrangedoras comemorações, onde o álcool e outros bebi-os combustíveis rolam à vontade, todo mundo acaba ficando mais mamado que presidente da República. Até mesmo os chefes que não pagam salário em dia fazem questão de pagar religiosamente o mico na festa. Este ano, na comemoração da Desciclopedia, o meu editor, um jornalista investigativo e exibicionista, ficou nu no meio da redação e fez questão de mostrar pra todo mundo o seu mais recente furo.

Na festa de embalo natalino é que podemos perceber a verdadeira dimensão da natureza humana. Jornalistas que no Dia a Dia (e no Globo a Globo também) têm um comportamento tímido e comedido, na festa de final de ano se transformam em pegadores insaciáveis. Peladões, com a pauta de fora, esses outrora pacatos profissionais correm atrás das estagiárias fazendo coisas que deixariam o Alexandre Frota e a filha da Gretchen enrubescidos. Mas quem se dá bem nessas bacanais natalinas são o Ancelmo Gois e o Joaquim Ferreira dos Santos. Além de serem símbolos sexuais, os consagrados colunistas aproveitam a festa para recolher fofocas e notinhas comprometedoras.

Isso é como o Natal não é no BrasilSão tantas notas maldosas e pesadas que, quando chega o fim da festa, os dois estão com a coluna totalmente envergada e escalavrada. Judeus, que não comungam da fé cristã, fazem uma festinha paralela de Chanuká, onde Ariel Sharon, vestido de Papai Noel, pratica um autêntico suicídio kosher. Já o pessoal dos esportes, sempre atléticos e viris, disputam uma animada pelada. A pelada no caso é a Jacira, uma coroa bem arrumada. Só o pessoal da sucursal de Brasília não se anima a participar daquela bandalheira onde ninguém é de ninguém. Talvez por já estarem enjoados de ver sacanagem todo dia.

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